Bola na Rede - Arriba Brasil!



Jornal Terceira Via - Coluna Bola na Rede - Alexandre Araújo

Data: 09/08/2012 - 00:30:31

Arriba Brasil!

Seleção olímpica de futebol encara mexicanos na final, giro pelo futebol carioca e as pinceladas de Londres

O Brasil está na final olímpica do futebol. É verdade que ainda não enfrentamos nenhum adversário mais complicado na competição. Até agora só pegamos moleza. Egito, Bielorrússia, Nova Zelândia, Honduras e Coreia do Sul. O time tem sido eficiente no ataque e está jogando pro gasto. Mano Menezes não é brilhante, mas pelo menos tem levado sorte no torneio olímpico. A Seleção é mal escalada, passa sufocos desnecessários, mas avança rumo ao ouro. Jogamos muito mal contra Honduras, mas vencemos. Na partida contra a Coreia do Sul, pelas quartas-de-final, nosso treinador armou mal o time e levamos uma pressão no primeiro tempo. Na segunda etapa, abrimos o parquinho e vencemos a partida por 3 a 0, com gols de Rômulo e dois de Leandro Damião, artilheiro da competição. Não podemos esquecer que a arbitragem tem dado uma força também.  Lucas, Ganso, Pato e Hulk no banco de reservas?  Será que nossa seleção é tão forte assim a ponto de descartar jogadores desse nível ou nem precisamos usar a força total? Mesmo discordando do técnico, vencemos a Coreia do Sul e estamos bem próximos de faturar a tão sonhada medalha de ouro.  Rômulo, Neymar, Marcelo, Damião e Oscar - craque dessa competição - estão bem nos Jogos. Mano ainda tem tempo de corrigir uns erros, tirar o terrível Gabriel do gol, botar o Alex Sandro no banquinho de novo e se concentrar pra decisão. Neymar precisa parar de brincar de fotógrafo e focar mais nas partidas. É hora de se preparar pra pose de campeão.  Em Los Angeles, em 84, e, em Seul, em 88, batemos na trave e ficamos com a prata. Será que finalmente chegou a  hora de faturar o único título que falta ao nosso futebol?  A decisão contra o México será no sábado, às 11h, no Estádio de Wembley, em Londres. Os mexicanos tem uma excelente equipe  e nossa seleção não entra como favorita na final. É hora de colocar a pátria na ponta das chuteiras, se despirem das vaidades e jogar futebol.  Estamos bem próximos do Eldorado. Que venham os mexicanos!

Pinceladas do futebol carioca
Dorival Jr. teve uma semana a mais para conhecer melhor o grupo do Flamengo. Ele pôde analisar quem deve ter novas oportunidades e quem vai ficar encostado. Negueba, por exemplo, que recusou uma proposta do Sporting, de Portugal, ganhou a confiança do treinador. Falta ganhar o apoio da torcida também. Vagner Love teve total apoio do técnico e acabou com o jejum de oito jogos sem balançar a rede adversária. Já estava na hora de voltar a marcar!  Era muito tempo de abstinência para o artilheiro do amor. Liedson disse que está 100% e pretende  jogar logo, mas ainda não deve estrear com a camisa do mengão. O goleiro Felipe, que andava cabisbaixo com a reserva, voltou ao gol rubro-negro. Na zaga, Thiago Medeiros –revelação do campeonato carioca- finalmente ganhou uma oportunidade contra o Figueirense. Aos poucos, agradando uns e contrariando outros, o técnico vai dando sua cara ao time. 

O Fluminense terá  desfalques importantes para a sequência do Brasileirão. O meia Deco, o maestro do time, e o veloz e habilidoso Wellington Nem sofreram estiramento e não há previsão de retorno. Seria como se o tricolor tivesse perdido o arco e a flecha.  Para piorar, Marcos Junior, que seria um dos substitutos, também se contundiu e fica pelo menos um mês fora. A vantagem é que a equipe ainda pode atacar os adversários com outras armas. Rafael Sóbis e Rafael Moura são as opções de Abel.

O meia Conca, craque do Brasileirão em 2010,  prometeu a esposa que vai voltar ao Fluminense no final de 2013, quando encerra seu contrato com o Guangzhou Evergrande, da China. No entanto, o pequeno Conquinha acabou de nascer e isso pode fazer com que o jogador permaneça um pouco mais de tempo por lá. Parte da torcida gostaria de ver o jogador vestindo a camisa tricolor mais uma vez, mas existe uma corrente contra a volta do argentino. Não é uma unanimidade, apesar de ter sido fundamental na conquista do terceiro título nacional do Fluminense.

Fatos olímpicos
Veio de onde ninguém apostava. Durante muitos anos, os irmãos  Diego e Daniele  Hypólito,  Diane dos Santos e Jade Barbosa entravam nos Jogos Olímpicos com grandes chances de conquistar uma medalha pro Brasil. Mas falharam, escorregaram, caíram, choraram  e sentiram o peso da pressão. Talvez, pelo fato de entrarem como favoritos em suas provas, principalmente,  Daiane e Diego, não tenham conseguido subir no pódio. Mas, coube ao então desconhecido do grande público, o ginasta paulista Arthur Zanetti, conquistar a primeira medalha pro Brasil na modalidade. E o melhor:  ela foi de ouro. Zanetti já tinha obtido bons resultados nas etapas da Copa do Mundo de ginástica artística, mas não entrou na competição como favorito. A prova das argolas era amplamente dominada pelo chinês Yibing Chen, campeão em Pequim, em 2008, e atual tricampeão mundial. Como não entrou na competição com a responsabilidade de vencer a prova, Arthur competiu sem a pressão que tanto atrapalhou Diego, Daiane, Jade e Daniele. Uma conquista imprevista e heroica.  Um prêmio para nossa ginástica que há tantos anos tem frustrado o torcedor na hora decisiva.

Uma pena a eliminação da equipe feminina de handebol. O Brasil se classificou em primeiro na fase classificatória e, teoricamente, cruzaria com uma seleção mais fraca nas quartas-de-final. Infelizmente, a  Noruega, campeã olímpica e mundial, caiu no caminho das brasileiras. A derrota não apaga o belo trabalho realizado em Londres.  O Brasil mostrou garra e técnica, mas faltou experiência na hora de decidir. Se continuar evoluindo até os Jogos de 2016, pode pintar uma medalha.

A competição de boxe feminino estreou nos Jogos de Londres e o desempenho do Brasil já superou todas as expectativas. Na verdade,  não havia nenhuma expectativa de que uma brasileira conquistasse uma medalha na modalidade. Mas, contrariando todos os prognósticos, a pugilista  Adriana Araújo garantiu a medalha de bronze, a centésima brasileira na história dos Jogos. E, logo depois da conquista, a brasileira desabafou e criticou o presidente da Confederação de Boxe. “Ele já me menosprezou muito. Disse que não tinha condição nenhuma de me classificar  Só para calar a boca dele, me classifiquei e conquistei a medalha. Ele falou que eu não tinha capacidade nenhuma. Já me humilhou várias vezes me tirando da seleção”. E assim, a base de pouco incentivo e muita força de vontade, caminha o nosso esporte.

Incrível a vitória da seleção feminina de vôlei sobre as russas nas quartas-de-final. A  época em que o Brasil tremia já passou faz tempo e amarelar, nunca mais!  As nossas meninas mostraram garra, muito equilíbrio e tiveram nervos de aço pra salvar seis match points contra. Sheila deu um show em quadra e Zé Roberto quase enfartou.

Uma judoca holandesa enfiou a mão num engraçadinho que atirou uma garrafa de plástico na pista de atletismo um pouco antes da final dos 100m rasos, vencida pelo jamaicano Usain Bolt. Quando a atleta percebeu que o embriagado rapaz fez essa bobagem,  ela partiu pra cima e meteu um tapa nas costas do cidadão. O pau d’água foi retirado do estádio, não viu a vitória de Bolt e ainda saiu com uma bela recordação olímpica no corpo. Imagina se a moda pega nos Jogos do Rio? O pau ia cantar nas arquibancadas.

Nosso atletismo está mal das pernas. As duas maiores esperanças de medalhas sequer passaram pras finais. Fabiana Murrer refugou no salto com vara e Maurren Maggi, campeã olímpica no salto em distância, não teve nem uma mãozinha do vento pra chegar à fase decisiva. É bem provável que o Brasil não belisque nenhuma medalha na modalidade que já deu tantas alegrias ao nosso esporte. Quem sabe  fechamos os Jogos com uma conquista na maratona? Vamos torcer e rezar pra que nenhum padre invada a pista se tiver brasileiro na ponta.  .

Lamentável a entrevista da corredora Ana Claudia Silva, logo depois da eliminação na prova  200 metros rasos. Ao ser perguntada sobre a sua participação nos Jogos, ela respondeu. “Uma merda, frustrante. Eu achei que seria melhor”. Além de mal educada, não corre nada!

Depois de 16 anos longe do Jogos Olímpicos, o basquete brasileiro fez uma boa campanha em Londres, mas poderia ter brigado por uma medalha. A vitória sobre a Espanha colocou o Brasil numa chave mais complicada. Ganhamos dos espanhóis quando poderíamos perder.  Caímos nas quartas-de-final para a Argentina, os espanhóis passaram pela França e vão encarar a Rússia nas semifinais. Se o Brasil tivesse perdido o jogo para o time ibérico, poderíamos ter ficado numa situação mais confortável. Brasil jogou com ética, mas ficou sem medalha. Vale a consciência tranquila.

Alegria de um lado, decepção de outro. Cesar Cielo era cotado para levar o ouro nos 50 metros nado livre e ainda tinha chances de brigar por uma medalha na prova dos 100 metros. Deu água. Ele não levou o bicampeonato na prova dos 50 - chegou em terceiro atrás do americano Cullen Jones e do francês Laurent Manadou, campeão da prova-  e nos 100 metros terminou apenas na sexta posição. Não podemos dizer que Cezão decepcionou. O problema é que ele culpou o rendimento abaixo do esperado na prova dos 50 metros porque teria ficado muito cansado na prova dos 100, disputada um dia antes. Se tivesse focado apenas na sua especialidade... A “tristeza” de Cielo pelo  bronze conquistado em Londres contrastou com a alegria de Thiago Pereira, prata nos 400 metros medley. Thiago superou Michael Phelps e a desconfiança da torcida brasileira. O nadador sempre faturou muitas medalhas em Jogos Pan-Americanos, mas nas Olimpíadas sempre chegava muito perto de alcançar ao pódio. Cielo entrou com o favoritismo e Thiago com a desconfiança. Os papéis se inverteram nessa edição dos Jogos.

Um fato curioso envolvendo o nadador Cesar Cielo. Em 2009, a judoca Sarah Menezes conquistou o prêmio Brasil Olímpico de melhor atleta feminina, numa votação feita pela Internet. Ela vinha da conquista do bicampeonato mundial Junior da categoria. No masculino, o favoritismo se confirmou. Cielo tinha acabado de conquistar o ouro em Pequim e foi eleito o atleta do ano. Na ocasião, o nadador criticou o uso do voto popular para definir o principal troféu da noite. Numa disputa acirrada, Sarah Menezes venceu a nadadora Poliana Okimoto, fera na maratona aquática. Em Londres, a judoca faturou a medalha de ouro para o Brasil e Cielo faturou apenas o bronze. Será que ele se arrependeu da crítica que fez no passado? Os internautas estavam errados? Thiago Pereira também resolver soltar o verbo assim que desembarcou no país. O atleta detonou a natação feminina do Brasil. Para Thiago, as brasileiras se preocupam demais com a vaidade e se satisfazem apenas em participar das Olimpíadas. Quem sabe essa declaração não motive as nossas nadadoras e, daqui a quatro anos, a gente possa lembrar essa declaração do medalhista de prata.  Elas ficaram na bronca! É Bol@ na Rede, firme e forte na onda do esporte.
Até a próxima! Siga no twitter: alexaraujo_75.

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